Mudanças no modelo de pagamento não necessariamente promovem maior foco no desfecho e custo-efetividade. Isso ocorre pois não existe um modelo de pagamento ideal que resolva todos os problemas e cada modelo traz incentivos positivos e efeitos adversos que precisam ser contornados. Dessa forma, a discussão sobre diferentes modelos de pagamentos deve passar primeiramente pela definição dos pré-requisitos necessários para que uma mudança tenha êxito.
Os principais pré-requisitos a serem considerados são:
- Medição e uso de indicadores nas três dimensões principais de criação de valor para a sociedade: qualidade, desfecho e custos.
- Uso de protocolos clínicos baseados em evidência, que estabelecem os procedimentos mais efetivos em termos de custos para cada diagnóstico e os resultados esperados.
Tendo em vista os pré-requisitos mencionados para implementações bem-sucedidas de modelo de pagamento, é necessário seguir três etapas:
- Desenvolvimento dos indicadores:
– Definir e padronizar indicadores de desempenho que deem visibilidade nas seguintes áreas: Custos, Eficiência no uso dos recursos e Foco no desfecho.
– Medir e criar base de dados consolidada contendo a evolução dos indicadores.
- Definição dos parâmetros do modelo:
– Identificar oportunidades através da análise dos indicadores e tendências.
– Definir os objetivos a serem alcançados.
– Definir o modelo de pagamento que gere os incentivos corretos.
– Definir metas específicas e requisitos mínimos para os indicadores.
- Alteração do modelo de pagamento:
– Realizar pilotos do modelo de pagamento discutido.
– Ajustar conforme necessidade.
– Implementar o modelo testado e validado.
– Acompanhar continuamente indicadores comparando-os com os objetivos.
– Tomar ações corretivas quando necessário.
Excertos do capítulo 4 (Detalhamento das iniciativas priorizadas) da publicação Coalização Saúde Brasil – Uma agenda para transformar o sistema de saúde