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Encontro, que contou com parceria da Accenture e que reuniu algumas das principais lideranças do setor no Brasil, debateu como a pandemia acelerou a utilização da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS)

O Instituto Coalizão Saúde e a Accenture América Latina realizaram, no final de junho, um debate online que reuniu algumas das principais lideranças do setor saúde no Brasil e tratou do tema IMPACTO DA COVID-19 E DA RNDS NO USO DA NUVEM PARA A SAÚDE.

Diante da aceleração na utilização da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ocorrida por conta da pandemia de Covid-19, o painel reuniu especialistas e autoridades para discutir plataformas nacionais de inovação, informação e serviços de Saúde Digital para o Brasil.

A coordenação foi do Vice-presidente do ICOS, Giovanni Guido Cerri, também Presidente do Conselho do InovaHC e teve como convidados Jacson V. Barros (Diretor do DATASUS), Lincoln A. Moura Jr. (Diretor Vertical Saúde da Accenture), Matheus Zanardi (Conselheiro do ISE Business School), Henrique Neves (CEO do Hospital Israelita Albert Einstein), Wilma Madeira (Gerente de Projetos de Responsabilidade Social – Hospital Alemão Oswaldo Cruz) e Rene F. Parente (Diretor Executivo Accenture América Latina).

 

Jacson V. Barros foi o primeiro a se apresentar e abordou a estratégia para a saúde digital no Brasil. Após ressaltar que o país “tem condições de ser protagonista na saúde digital”, o especialista expôs os eixos das ações do SUS nessa área, apresentadas como prioridades até 2028: governança e liderança, informatização dos três níveis de atenção, suporte à melhora da atenção à saúde, o usuário como protagonista, formação e capacitação de recursos humanos, ambiente de interconectividade e um ecossistema de inovação.

O próximo palestrante foi Lincoln A. Moura, que destacou a importância da interoperabilidade e ressaltou a informação como “insumo fundamental” para a saúde, e o gargalo da falta de diálogo entre os sistema de informação e fragmentação da atenção à saúde e seus processos. A resposta, em sua análise, seria a integração das informações de saúde, a racionalização da distribuição de dados e um fluxo bidirecional para esse tráfego.

Tecnologia, prioridades e usuário como protagonista

Após salientar o quão oportuna é a realização dessas discussões, Giovanni Guido Cerri apresentou o próximo tópico do painel – “O uso da nuvem hoje e perspectivas para o futuro” –, convidando Matheus Zanardi e Henrique Neves para darem sequência às apresentações.

Henrique Neves avaliou as diversas dimensões da lógica das informações dispostas em nuvem, com seus benefícios, em sua análise, se distribuindo “ao longo de uma escada”. O primeiro degrau seria a capacidade da organização de um datacenter, o segundo seria a redução de custos e o terceiro o potencial de amento da escalabilidade das ações. Matheus Zanardi enveredou pelo caminho da formação das lideranças que vão tomar as decisões apoiadas por recursos tecnológicos como a informação em nuvem – e destacou três aspectos: o econômico (como entender e mensurar os resultados diante de diferentes opções), o ético (qual a decisão mais correta a ser tomada) e o político (no sentido apartidário: quais grupos a decisão beneficiará em detrimento de outros).

O tópico seguinte foi “ESD28: a inovação e o espaço de colaboração para o avanço da RNDS”, tratado por Wilma Madeira e Lincoln A. Moura Jr. Primeira a se apresentar nesse momento do painel, Wilma falou sobre a participação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), no qual atua no apoio às estratégias de saúde digital no Brasil, ação que definiu como “estruturante” e dentro da qual destacou a captura de dados realizada pelo Conecte SUS e a disponibilização de informações, na RNDS, por parte do hospital.

Lincoln A. Moura Jr. retomou a palavra resgatando a trajetória de protagonismo do paciente que as novas práticas e os avanços tecnológicos têm promovido e adiantou o que considera como próximo passo mais importantes: agir para que todos os agentes da cadeia de saúde consigam convergir, na condução de suas ações, respeitando as prioridades descritas no Plano Nacional de Saúde (PNS) e garantindo que o potencial transformador do RNDS seja explorado em seu máximo.

O painel IMPACTO DA COVID-19 E DA RNDS NO USO DA NUVEM PARA A SAÚDE contou com intensa participação dos internautas, que enviaram perguntas aos convidados pelo WhatsApp. A sessão de dúvidas da audiência foi conduzida por Rene F. Parente.