Realizado pela HospitalMed, em parceria com o Instituto Coalizão Saúde, o evento 100% online HospitalMed Digital apresentou ao mercado, nos dias 27 e 28 de outubro, uma revolução tecnológica já em curso na área da saúde – e que promete ainda mais avanços no futuro pós-pandemia.
O evento aconteceu no mesmo tom das discussões que propôs: inovador e com um pé no amanhã. Expositores da HospitalMed 2021 participaram da 1ª Feira de Negócios Virtual do setor de saúde, com o objetivo de apresentar suas soluções para os compradores do Brasil.
Fez parte da programação também o 3º Fórum de Líderes, com a curadoria do Instituto Coalizão Saúde, mais de 6 horas de conteúdo exclusivo e mais de 15 palestrantes especialistas de todo o país, com especial destaque para a participação de lideranças das regiões Norte e Nordeste.
Com mediação do Superintendente da ABIMO Paulo Henrique Fraccaro, o painel do dia 28/10 Saúde feita no Brasil: A indústria nacional como alavanca de transformação do sistema de saúde brasileiro reuniu o Presidente da ABIMO Franco Pallamolla; o Presidente do SINAEMO Ruy Salvari Baumer; e o deputado federal Pedro Westphalen.
A apresentação dos trabalhos foi do Presidente da HospitalMed, Rodrigo da Fonte, e da CEO do ICOS, Denise Eloi.
Maior equilíbrio
Fraccaro iniciou destacando a importância de poder reunir grandes líderes da saúde em discussões que têm o objetivo de “transformar esse projeto numa realidade, que é saúde feita no Brasil”, disse ao se referir à indústria nacional do setor. Um tema, na opinião do deputado Westphalen, “da mais alta importância para a nossa indústria nacional e que revelou grandes problemas durante a pandemia”.
Reforma administrativa, revisão da política tributária, capacidade de investimento por parte do Estado e melhorias nos processos de aquisição para os prestadores privados de serviços em saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS) foram alguns dos pontos debatidos pelos painelistas.
“Quando houve falta de insumos e equipamentos, se viu, durante a pandemia, que nós não podemos ter uma dependência externa muito grande. Temos que ter internamente a possibilidade de fazer com que haja um incentivo à nossa indústria”, avaliou Westphalen, cuja opinião foi corroborada por Ruy Salvari Baumer, que também defendeu maior equilíbrio na atuação do Estado nas três esferas de governo: municipal, estadual e federal.
“O que nós precisamos é de menos Estado”, defendeu. “Além de um equilíbrio do custo, principalmente da estrutura. Porque você tem o custo do Estado [no âmbito] municipal, o custo do Estado [no âmbito] estadual e o custo do Estado [no âmbito] federal que tão são desequilibrados”.
Capacidade de gestão
Baumer citou ainda a falta de equidade que isso traz ao cotidiano da saúde no país. “Você tem muita gente que não merecia ganhando muito e tem gente, na ponta, fazendo saúde, no atendimento básico, que não ganha nem para comer”, ponderou, emendando na importância de melhorias nos processos de investimentos e aquisição.
“Você tem hospitais que prestam serviços para sistema público e que têm que realizar procedimentos ou comprar produtos usando uma tabela do SUS que está ‘presa’ desde 2012. Então, independente da falta de recurso que tem que ser destinado, também existe uma falta de capacidade de gestão”.
Para Franco Pallamolla, a questão tributária merece lugar central nas discussões, uma vez que, segundo o CEO, na falta de “total domínio na receita, é preciso ter total domínio na despesa”. “No Estado, isso é pouco invertido”, avaliou. “Ele [o Estado] foge de ter o domínio na despesa e vai ampliando a receita com a tributação”.
Pallamolla também afirmou que, ao analisar os orçamentos púbicos hoje, é possível detectar uma capacidade de investimento do Estado “muito baixa”. “Os serviços vêm sendo precarizados, ficando com cada vez mais dificuldades”, prosseguiu. “E a capacidade do Estado de aumentar a receita via tributação já está no limite do que a sociedade considera suportável e correta”.