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Encontro, que aconteceu em São Paulo, também aprovou o Planejamento Estratégico de 2024 e deu boas-vindas aos novos associados

Eurofarma Laboratórios, Astrazeneca, Instituto Qualisa de Gestão (IQG) e Instituto de Gestão e Cidadania (IGC) são os novos associados do Instituto Coalizão Saúde e foram formalmente recebidos durante a Assembleia Geral Ordinária do ICOS, realizada no início de fevereiro, em São Paulo. O evento foi seguido de um almoço de confraternização entre representantes dos associados, parceiros e autoridades do setor saúde.

A agenda da ocasião foi focada nos planos do ICOS para 2024, dando início ao calendário de ações realizadas pela instituição, começando com uma discussão sobre o atual cenário político-econômico e seus os reflexos no setor da saúde, com pronunciamentos de líderes de cada segmento da cadeia produtiva.

O Presidente do ICOS, Giovanni Guido Cerri, iniciou as falas fazendo uma breve análise do cenário atual, seguido por representantes dos diferentes segmentos. Ruy Baumer, diretor do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi o primeiro convidado a dar seu parecer. No centro da fala, a nova política industrial do Governo Federal.

“Nós precisamos de mercado, precisamos de segurança jurídica e precisamos de garantia nos contratos. O governo [Federal] já nos deu recurso. E é muito bom ter tudo isso, mas se eu tiver mercado. E até agora não foi feito nada do que seria a proposta inicial de aumentar a capacidade de compra, para ter investimento, seja público ou privado”.

O diretor de Relações Institucionais da Eurofarma e vice-presidente da FarmaBrasil, Walker Lahmann, trouxe a perspectiva da indústria farmacêutica. “Na nossa área, como é muito regulada, a Anvisa tem um papel fundamental e vai se buscar uma série de melhorias”.

Por outro lado, Lahmann mencionou também a “tendência” do Governo atual “de tudo ser muito relacionado ao Estado”. “Eu particularmente penso que não deveria ser assim, acho que não precisaria haver uma ligação obrigatória com laboratórios públicos, poderia ser só a iniciativa privada a desenvolver isso, desde que os objetivos sejam atingidos”.

Modelos de remuneração e sustentabilidade socioambiental na saúde

O estímulo à exportação foi o ponto abordado pelo Diretor de Imagem Diagnóstica e Saúde Digital da Siemens Healthineers, Armando Lopes. “Quando a gente olha, por exemplo, para a América Latina, a exportação é uma oportunidade que gera mais massa crítica. Isso possibilita outras medidas de produtividade que tornam a indústria mais competitiva”.

Representando o segmento dos hospitais, Francisco Balestrin, Presidente do SindHosp, ressaltou que o setor de serviços hospitalares também tem reagido ao novo plano voltado para indústria, por estar “submetido aos mesmos drivers”.

Um dos pontos abordados foram os modelos de remuneração. “Eles não estão claros. Nós paramos de discutir, aqui no Brasil, o Value-Based Healthcare, continuamos com os mesmos modelos, restringindo acesso e, de alguma forma, fazendo com que as instituições não tenham previsibilidade de suas receitas”.

Acesse aqui a publicação ICOS Modelos de Pagamento Baseados em Valor.

Cesar Nomura, Vice-presidente da Abramed, deu sua visão a partir do setor de medicina diagnóstica, chamando a atenção para o momento em que estamos no que toca a inovações tecnológicas. “Na parte de equipamentos, por exemplo, as novas máquinas hoje vêm com uma questão de sustentabilidade muito maior”, salientou.

“Estamos com um grande problema climático e sabemos que os hospitais e centros diagnósticos são responsáveis por significativa emissão de gases de efeito estufa. Nós que trabalhamos com saúde temos que ter um olhar ainda maior para isso”.

A Vice-presidente do ICOS, Claudia Cohn, complementou a fala de Nomura, ressaltando que, no momento, já foi ultrapassada, na área diagnóstica, a fase de “discussões colaborativa”, dando lugar a esforços individuais na área econômico-financeira.

“E isso [esse individualismo] não combina com o ICOS. Esse vai ser um ano de muita conversa e decisão conjunta. E a gente tem que ser prático, pragmático e gentil. E o ICOS pode ajudar nisso”.

Retrospectiva 2023

Após as falas e análises, a CEO do ICOS, Denise Eloi, apresentou os destaques da atuação do ICOS em 2023, com especial menção a atuação conjunta das instituições associadas em temas como a Reforma Tributária,  ampliação do Complexo econômico-industrial da Saúde; fortalecimento das agências reguladoras e regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil. Também foram destacadas reuniões do Conselho Administrativo da instituição e os encontros que compuseram o Fórum Político Permanente da Saúde, que aconteceram em Brasília e São Paulo.

Eixos estruturantes para o plano de ação de 2024

Na sequência, foram revisados e aprovados os eixos estruturantes para a agenda estratégica do ICOS de 2024:

  • Sustentabilidade financeira e assistencial do setor da saúde (incorporação tecnológica e combate aos desperdícios do setor);
  • Reforma tributária e seus impactos na saúde;
  • Ampliação e fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde;
  • Intensificação da Integração público-privada (PPPs e PDPs);
  • Desenvolvimento de políticas públicas para a Inovação e a Saúde Digital (inclusive a regulamentação de IA no Brasil).

Para finalizar a ocasião, foram apresentadas algumas iniciativas em andamento, tais como a Frente de ação e criação de políticas e estratégias nacionais para a qualidade do cuidado, coordenada pelo IQG; a regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil; o Projeto ESG do ICOS, em parceria com a Johnson & Johnson e a Operação Sorriso, para pacientes com fissura labiopalatina e a criação do projeto Mulheres na Saúde, que será lançado em março de 2024.