Encontro reuniu doutores e professores, brasileiros e estrangeiros – entre eles o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1993) Richard Roberts e o professor Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil.
A Academia Nacional de Medicina (ANM), localizada no Rio de Janeiro, recebeu, no dia 03 de julho, o mundo da ciência, do Brasil e do mundo, para um encontro sobre a ciência e o futuro.
O seminário Jovens Cientistas e o Futuro da Ciência, uma realização do Instituto Coalizão Saúde e da ANM, teve formato híbrido e aconteceu como parte da programação do G20 com o intuito de dar voz à nova geração de cientistas e fomentar discussões e estratégias para a solução de problemas relevantes à sociedade.
O Presidente do ICOS, Giovanni Cerri, participou da abertura do evento, que contou também com as presenças da Prof.ª. Eliete Bouskela, Presidente da ANM; do Dr. Gustavo Rosa Gameiro, do Programa Jovens Lideranças Médicas (PJLM); dos os acadêmicos Omar Lupi da Rosa Santos e Mauricio Magalhães Costa, ambos da ANM; e do Prof. Richard Roberts – ganhador do Nobel de 1993 em Medicina e Fisiologia e um dos destaques da programação.
Voluntariado e ciência diplomática
Das 13h30 às 20h, foram apresentados 15 painéis com temáticas como a utilização de IA para a detecção de tuberculose, o impacto do voluntariado médico na saúde global e a importância da ciência diplomática.
O painel Projetos Internacionais de Jovens Cientistas, reuniu o Prof. Moses Basitere, da South African Young Academy of Science, que tratou do tema “Ciência Diplomática”; a Drª. Mayra Silva, do Núcleo Operacional para a Sociedade da Informação (NOSi – Cabo Verde); com a palestra “A Jornada do NOSi na Transformação Digital da África”; a Drª. Antonia Morita Iswari Saktiawati, da Indonesia e que falou sobre “IA para Detecção de Tuberculose (AI Nose) nas Ilhas”; o Dr. Ashwin Parchani, da Índia, com o tema “O Impacto do Voluntariado Médico na Saúde Global: Uma Jornada Pessoal”; e da Drª. Laiana Azevedo Quagliato (PJLM) com a análise “Avaliando o impacto de espaços azuis e verdes na saúde mental de crianças e adolescentes”.
Mulheres na ciência
Um painel dedicado exclusivamente ao trabalho das mulheres na ciência teve a participação da Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, falando sobre “A Importância das Academias e Cooperação Internacional”; da acadêmica Eloisa Bonfá abordando os “Desafios da Educação Médica no Século 21”; da Prof.ª. Gulnar Azevedo e Silva (Reitora da UERJ), com o tema “Universidade Pública como um meio de Inclusão Social”; e da acadêmica Margareth Dalcolmo, que tratou da “Importância da Comunicação com a Sociedade: A Experiência com COVID-19”.
A coordenação da mesa foi da Prof.ª. Eliete Bouskela e comentários de das acadêmicas Patricia Rocco e Fernanda Tovar Moll.
Saúde e ciência: cenários de futuro
No final da tarde, após um breve intervalo, teve início a série de apresentações “Perspectiva da Saúde Global”, com coordenadoria da Prof.ª. Eliete Bouskela.
A mesa reuniu a Prof.ª. Viviane Y. Naimy, Reitora da Faculdade de Administração e Economia da Universidade de Notre Dame (Líbano), com o tema “Humanizando a Educação Empresarial: Aproveitando Soluções GMO e Liderança Transformativa para aliviar a Pobreza no Líbano”; da Prof. Himla Soodyall, representante da Academy of Science of South Africa (ASSAf) abordando o “Posicionado o Sul Global como o Protagonista”; o Prof. Marco Nascimento, Secretário-Executivo do CEE/FIOCRUZ, tratando do “Desenvolvimento Sustentável vs. Complexo Econômico da Saúde”, do Prof. Arminio Fraga, ex-Presidente do Banco Central do Brasil e que falou sobre a “Perspectiva Econômica na Saúde”; e o britânico Prof. Richard Roberts, Prêmio Nobel em Medicina e Fisiologia (1993), que encerrou os trabalhos com a “Masterclass para Jovens Cientistas”.
“Eu posso falar mais sobre economia e saúde, já que não sou médico”, começou Fraga. “E o que consigo ver é que a saúde é um setor que deve crescer ao longo das próximas décadas, principalmente por conta do envelhecimento populacional e, consequentemente, com os gastos com saúde isso que isso traz”. O economista ressaltou que a saúde é uma área que gera muitos empregos e que mostra “no centro da inovação tecnológica”.
Já o Prêmio Nobel Richard Roberts ofereceu uma masterclass em tom mais informal, contando sua trajetória no mundo da ciência, mais especificamente da química, desde os primeiros estudos na cidade de Bath, para onde se mudou vindo de Londres, até os primeiros mestres, já na academia, a quem agradeceu pela inspiração.
Roberts também dedicou parte de sua fala para ressaltar a contribuição das mulheres nas ciências, afirmando que “a discriminação de gênero é algo que precisa acabar”. “Antes nós dizíamos que as mulheres eram diferentes dos homens por sua biologia e coisas assim, agora sabermos que essas definições não fazem sentido”.
Para finalizar, o cientista deixou uma mensagem de perseverança às futuras gerações e se disse um “interessado em sempre conhecer jovens cientistas” em suas viagens pelo mundo.