Instituto Coalizão Saúde e Academia Nacional de Medicina realizam seminário Jovens Cientistas e o Futuro da Ciência

julho 11, 2024

Encontro reuniu doutores e professores, brasileiros e estrangeiros – entre eles o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1993) Richard Roberts e o professor Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil.

A Academia Nacional de Medicina (ANM), localizada no Rio de Janeiro, recebeu, no dia 03 de julho, o mundo da ciência, do Brasil e do mundo, para um encontro sobre a ciência e o futuro.

O seminário Jovens Cientistas e o Futuro da Ciência, uma realização do Instituto Coalizão Saúde e da ANM, teve formato híbrido e aconteceu como parte da programação do G20 com o intuito de dar voz à nova geração de cientistas e fomentar discussões e estratégias para a solução de problemas relevantes à sociedade.

O Presidente do ICOS, Giovanni Cerri, participou da abertura do evento, que contou também com as presenças da Prof.ª. Eliete Bouskela, Presidente da ANM; do Dr. Gustavo Rosa Gameiro, do Programa Jovens Lideranças Médicas (PJLM); dos os acadêmicos Omar Lupi da Rosa Santos e Mauricio Magalhães Costa, ambos da ANM; e do Prof. Richard Roberts – ganhador do Nobel de 1993 em Medicina e Fisiologia e um dos destaques da programação.

Voluntariado e ciência diplomática

Das 13h30 às 20h, foram apresentados 15 painéis com temáticas como a utilização de IA para a detecção de tuberculose, o impacto do voluntariado médico na saúde global e a importância da ciência diplomática.

O painel Projetos Internacionais de Jovens Cientistas, reuniu o Prof. Moses Basitere, da South African Young Academy of Science, que tratou do tema “Ciência Diplomática”; a Drª. Mayra Silva, do Núcleo Operacional para a Sociedade da Informação (NOSi – Cabo Verde); com a palestra “A Jornada do NOSi na Transformação Digital da África”; a Drª. Antonia Morita Iswari Saktiawati, da Indonesia e que falou sobre “IA para Detecção de Tuberculose (AI Nose) nas Ilhas”; o Dr. Ashwin Parchani, da Índia, com o tema “O Impacto do Voluntariado Médico na Saúde Global: Uma Jornada Pessoal”; e da Drª. Laiana Azevedo Quagliato (PJLM) com a análise “Avaliando o impacto de espaços azuis e verdes na saúde mental de crianças e adolescentes”.

Mulheres na ciência

Um painel dedicado exclusivamente ao trabalho das mulheres na ciência teve a participação da Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, falando sobre “A Importância das Academias e Cooperação Internacional”; da acadêmica Eloisa Bonfá abordando os “Desafios da Educação Médica no Século 21”; da Prof.ª. Gulnar Azevedo e Silva (Reitora da UERJ), com o tema “Universidade Pública como um meio de Inclusão Social”; e da acadêmica Margareth Dalcolmo, que tratou da “Importância da Comunicação com a Sociedade: A Experiência com COVID-19”.

A coordenação da mesa foi da Prof.ª. Eliete Bouskela e comentários de das acadêmicas Patricia Rocco e Fernanda Tovar Moll.

Saúde e ciência: cenários de futuro

No final da tarde, após um breve intervalo, teve início a série de apresentações “Perspectiva da Saúde Global”, com coordenadoria da Prof.ª. Eliete Bouskela.

A mesa reuniu a Prof.ª. Viviane Y. Naimy, Reitora da Faculdade de Administração e Economia da Universidade de Notre Dame (Líbano), com o tema “Humanizando a Educação Empresarial: Aproveitando Soluções GMO e Liderança Transformativa para aliviar a Pobreza no Líbano”; da Prof. Himla Soodyall, representante da Academy of Science of South Africa (ASSAf) abordando o “Posicionado o Sul Global como o Protagonista”; o Prof. Marco Nascimento, Secretário-Executivo do CEE/FIOCRUZ, tratando do “Desenvolvimento Sustentável vs. Complexo Econômico da Saúde”, do Prof. Arminio Fraga, ex-Presidente do Banco Central do Brasil e que falou sobre a “Perspectiva Econômica na Saúde”; e o britânico Prof. Richard Roberts, Prêmio Nobel em Medicina e Fisiologia (1993), que encerrou os trabalhos com a “Masterclass para Jovens Cientistas”.

“Eu posso falar mais sobre economia e saúde, já que não sou médico”, começou Fraga. “E o que consigo ver é que a saúde é um setor que deve crescer ao longo das próximas décadas, principalmente por conta do envelhecimento populacional e, consequentemente, com os gastos com saúde isso que isso traz”. O economista ressaltou que a saúde é uma área que gera muitos empregos e que mostra “no centro da inovação tecnológica”.

Já o Prêmio Nobel Richard Roberts ofereceu uma masterclass em tom mais informal, contando sua trajetória no mundo da ciência, mais especificamente da química, desde os primeiros estudos na cidade de Bath, para onde se mudou vindo de Londres, até os primeiros mestres, já na academia, a quem agradeceu pela inspiração.

Roberts também dedicou parte de sua fala para ressaltar a contribuição das mulheres nas ciências, afirmando que “a discriminação de gênero é algo que precisa acabar”. “Antes nós dizíamos que as mulheres eram diferentes dos homens por sua biologia e coisas assim, agora sabermos que essas definições não fazem sentido”.

Para finalizar, o cientista deixou uma mensagem de perseverança às futuras gerações e se disse um “interessado em sempre conhecer jovens cientistas” em suas viagens pelo mundo.

ICOS reúne especialistas de sociedades médicas em debate sobre regulação da IA no Brasil

junho 7, 2024

Workshop promovido em parceria com a FGV reuniu representantes de mais de 30 instituições associadas e dirigentes de sociedades médicas com o objetivo de avaliar a nova proposta que regula o uso da Inteligência Artificial no setor da saúde

O Instituto Coalizão Saúde (ICOS), em parceria com o Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da FGV Direito SP e apoio do Johnson&Johnson Institute, promoveu nesta segunda-feira, 3 de junho, o workshop SintonIA Saúde que reuniu diversos especialistas e representantes de entidades médicas para o debate sobre a regulação da IA no setor da saúde.

Com o objetivo de fomentar a discussão e compartilhar as diferentes perspectivas sobre o tema, o encontro levantou questões como as aplicações, experiências e questões a serem consideradas para uma regulação da Inteligência Artificial que não coloque em risco a inovação e avanço tecnológico no país.

Para a vice-presidente do ICOS, Claudia Cohn, o assunto deve ser discutido entre todos no setor da saúde, amplificando visões e opiniões sobre o tema. “A transformação da saúde utilizando a inteligência artificial não tem outra fórmula, senão passando pela regulação. O debate precisa ser construído de forma conjunta e sem concorrências, envolvendo universidades, sociedades médicas e institutos de inovação, para que a gente pise em um futuro muito mais seguro para a saúde, que não coloque empecilhos à Inovação e sim traga mais segurança”, afirma.

Participando como keynote speaker, a deputada federal Adriana Ventura (NOVO), que integra a Frente Parlamentar da Saúde Digital no Congresso, abriu a discussão com um panorama sobre os projetos de regulação da IA no país e o documento atual que passa pela Câmara dos Deputados, em Brasília.

O primeiro painel do evento abordou as atividades médicas e o uso de IA e propôs a discussão sobre o que a tecnologia oferece e o que se deve regular. O debate foi aberto pelo presidente do ICOS, Giovanni Cerri, que compartilhou sua experiência e avaliação sobre o caminho que país toma para regular o uso das ferramentas.

“Há uma compreensão de que a Inteligência Artificial terá um impacto muito grande na saúde, sendo uma ferramenta que poderá melhorar a eficiência de serviços médicos, a segurança para o paciente e a precisão do diagnóstico. Porém ao restringir suas aplicações e enquadrar o uso em categorias de alto risco, cria-se empecilhos à essa inovação. Estamos falando de um mercado de quase de US$ 1 trilhão de dólares, com potencial de aplicações e impactos a toda a cadeia de saúde”, ressaltou Giovanni Cerri.

O painel contou com a participação da médica Beatriz de Faria Leão, do Hospital Sírio-Libanês, que trabalha na área de Informática em Saúde desde a década de 80 e contribuiu com pontos de atenção do uso da IA, como por exemplo a transparência e explicabilidade da IA. “É preciso que esteja claro para o médico quais os objetivos com o uso da ferramenta, mas que a decisão e a conduta a ser seguida será dele, igualmente como a sua responsabilidade pelo caso”, explicou.

O segundo painel do workshop chamou ao debate as entidades de saúde, para discussão sobre o papel dos conselhos e das sociedades médicas nos padrões setoriais. A diretora da Faculdade de Medicina da USP, Eloisá Bonfá, ponderou sobre o papel das universidades na preparação de médicos e especialistas. “A preparação dos profissionais é um dever das instituições de ensino, que precisam desenvolver a análise crítica de estudantes para uso das novas ferramentas na prática médica”, afirmou Bonfá.

O presidente da Sociedade Brasileira de Videocirurgia, Robótica e Digital – SOBRACIL, Dr. Carlos Eduardo Domene, destacou que as novas ferramentas de simulação melhoram a prática e conduta do profissional preparado para aplicá-las. “A IA já é uma realidade, não podemos fugir disso”.

As discussões levantadas durante o worshop SintonIA sobre os desafios regulatórios da IA na saúde também ajudarão a orientar a elaboração do policy paper sobre a regulação, que está em desenvolvimento pela FGV, o InovaHC e o ICOS.

Associados do ICOS discutem impactos da IA e reforma tributária na saúde

junho 5, 2024

Fórum Político Permanente da Saúde, realizado em São Paulo, reforçou importância da sustentabilidade do sistema e fortalecimento da integração público-privada

Frente aos recentes desdobramentos políticos em temas relevantes para o setor da saúde nacional, como a formalização dos grupos de trabalho para a regulamentação da Reforma Tributária e a revisão do PL 2338/23, que regula a inteligência artificial no Brasil, o Instituto Coalizão Saúde (ICOS) reuniu, no dia 24 de maio, organizações associadas e convidados para o Fórum Político Permanente da Saúde, em São Paulo.

Entre as principais pautas do encontro, as discussões se concentraram na reforma tributária e seus impactos na saúde, e no debate sobre a sustentabilidade financeira e assistencial do setor, além do desenvolvimento de políticas públicas para a inovação.

Presidente do ICOS, Giovanni Guido Cerri, iniciou as falas ressaltando uma iniciativa do instituto em resposta à crise enfrentada pelo Rio Grande do Sul devido às enchentes, com a organização de doações e arrecadação de recursos financeiros via parceiros e associados. “Estamos vendo os impactos no setor da saúde do estado, que já afetam a assistência e atendimentos devido à destruição de unidades básicas e hospitais. A recuperação será lenta e temos que dar apoio permanente e a longo prazo ao Rio Grande do Sul”.

A Vice-presidente do ICOS, Claudia Cohn, reforçou sobre a importância da iniciativa e a colaboração de toda a cadeia produtiva da saúde em situações de emergência com a enfrentada pela região.

O evento também reverberou temas debatidos por representantes do ICOS durante a feira Hospitalar 2024, como a regulamentação da IA no Brasil, com a contribuição de especialistas da Fundação Getulio Vargas, Walquiria Favero e Guilherme Klafke, que com apoio de ICOS elaboram uma proposta de sistema nacional para regulação e governança da IA no país.

Durante o encontro também foi apresentado o Projeto Neurovascular realizado pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) e a Siemens Healthineers, cujo objetivo é elaborar jornadas mais inteligentes para pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC), oncológicos ou que tenham doenças cardiovasculares. A iniciativa foi apresentada como exemplo de Intensificação da Integração público-privada proposta por ICOS, enquanto agenda para o setor.

O especialista em Direito Tributário e Estruturação de Negócios e advogado Renato Nunes, do Escritório Machado Nunes, contribuiu ao debate sobre os impactos de encargos tributários para o setor da saúde bem como atualizações sobre a Reforma Tributária.

O objetivo do Fórum Político Permanente da Saúde é reunir toda a cadeia produtiva do setor para discutir cenários e oportunidades para a melhoria da saúde no país, olhando para desafios e soluções que podem ser aplicadas de forma coordenada entre as diferentes representações do setor.

Também participaram do Fórum Político Permanente da Saúde representantes da Johnson & Johnson Medtech, da Siemens Healthineers, da ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde), do SindHosp (Sindhosp Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do estado de São Paulo), da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados, da Faculdade de Medicina e Fundação de Medicina da Universidade de São Paulo, do Hospital das Clínicas FMUSP, IQG (Instituto Qualisa de Gestão), ABRAMGE (Associação Brasileira de Planos de Saúde), Consulado Britânico, Unidas, Aztrazeneca do Brasil, Eufofarma, Interfarma, FenaSaúde, ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, entre outros convidados.

ICOS na 54ª Jornada Paulista de Radiologia

maio 2, 2024

Com mediação do presidente do ICOS Giovanni Cerri, painel apresentado discutiu a Medicina Diagnóstica – uma proposta de valor para o complexo econômico da saúde.

O Instituto Coalizão Saúde participa da 54ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2024) com o painel “Medicina Diagnóstica – uma proposta de valor para o complexo econômico da saúde”.

Nosso painel foi realizado nesta quinta-feira, 02.05,24, às 16h. Estiveram conosco Francisco Balestrin (presidente do Sinshosp); Fernando Silveira Filho (presidente da Abimed); Leonardo Vedolin (diretor da Dasa); Cesar Nomura (presidente da Abramed) e Claudia Cohn (vice-presidente do ICOS).

O painel foi coordenado e mediado pelo presidente do ICOS, Giovanni Cerri.

Foram discutidos temas como sustentabilidade, inovação, Valor em saúde, liderança e empreendedorismo.

ICOS reúne associados para discutir cenário político-econômico e seus impactos no setor da saúde

fevereiro 7, 2024

Encontro, que aconteceu em São Paulo, também aprovou o Planejamento Estratégico de 2024 e deu boas-vindas aos novos associados

Eurofarma Laboratórios, Astrazeneca, Instituto Qualisa de Gestão (IQG) e Instituto de Gestão e Cidadania (IGC) são os novos associados do Instituto Coalizão Saúde e foram formalmente recebidos durante a Assembleia Geral Ordinária do ICOS, realizada no início de fevereiro, em São Paulo. O evento foi seguido de um almoço de confraternização entre representantes dos associados, parceiros e autoridades do setor saúde.

A agenda da ocasião foi focada nos planos do ICOS para 2024, dando início ao calendário de ações realizadas pela instituição, começando com uma discussão sobre o atual cenário político-econômico e seus os reflexos no setor da saúde, com pronunciamentos de líderes de cada segmento da cadeia produtiva.

O Presidente do ICOS, Giovanni Guido Cerri, iniciou as falas fazendo uma breve análise do cenário atual, seguido por representantes dos diferentes segmentos. Ruy Baumer, diretor do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi o primeiro convidado a dar seu parecer. No centro da fala, a nova política industrial do Governo Federal.

“Nós precisamos de mercado, precisamos de segurança jurídica e precisamos de garantia nos contratos. O governo [Federal] já nos deu recurso. E é muito bom ter tudo isso, mas se eu tiver mercado. E até agora não foi feito nada do que seria a proposta inicial de aumentar a capacidade de compra, para ter investimento, seja público ou privado”.

O diretor de Relações Institucionais da Eurofarma e vice-presidente da FarmaBrasil, Walker Lahmann, trouxe a perspectiva da indústria farmacêutica. “Na nossa área, como é muito regulada, a Anvisa tem um papel fundamental e vai se buscar uma série de melhorias”.

Por outro lado, Lahmann mencionou também a “tendência” do Governo atual “de tudo ser muito relacionado ao Estado”. “Eu particularmente penso que não deveria ser assim, acho que não precisaria haver uma ligação obrigatória com laboratórios públicos, poderia ser só a iniciativa privada a desenvolver isso, desde que os objetivos sejam atingidos”.

Modelos de remuneração e sustentabilidade socioambiental na saúde

O estímulo à exportação foi o ponto abordado pelo Diretor de Imagem Diagnóstica e Saúde Digital da Siemens Healthineers, Armando Lopes. “Quando a gente olha, por exemplo, para a América Latina, a exportação é uma oportunidade que gera mais massa crítica. Isso possibilita outras medidas de produtividade que tornam a indústria mais competitiva”.

Representando o segmento dos hospitais, Francisco Balestrin, Presidente do SindHosp, ressaltou que o setor de serviços hospitalares também tem reagido ao novo plano voltado para indústria, por estar “submetido aos mesmos drivers”.

Um dos pontos abordados foram os modelos de remuneração. “Eles não estão claros. Nós paramos de discutir, aqui no Brasil, o Value-Based Healthcare, continuamos com os mesmos modelos, restringindo acesso e, de alguma forma, fazendo com que as instituições não tenham previsibilidade de suas receitas”.

Acesse aqui a publicação ICOS Modelos de Pagamento Baseados em Valor.

Cesar Nomura, Vice-presidente da Abramed, deu sua visão a partir do setor de medicina diagnóstica, chamando a atenção para o momento em que estamos no que toca a inovações tecnológicas. “Na parte de equipamentos, por exemplo, as novas máquinas hoje vêm com uma questão de sustentabilidade muito maior”, salientou.

“Estamos com um grande problema climático e sabemos que os hospitais e centros diagnósticos são responsáveis por significativa emissão de gases de efeito estufa. Nós que trabalhamos com saúde temos que ter um olhar ainda maior para isso”.

A Vice-presidente do ICOS, Claudia Cohn, complementou a fala de Nomura, ressaltando que, no momento, já foi ultrapassada, na área diagnóstica, a fase de “discussões colaborativa”, dando lugar a esforços individuais na área econômico-financeira.

“E isso [esse individualismo] não combina com o ICOS. Esse vai ser um ano de muita conversa e decisão conjunta. E a gente tem que ser prático, pragmático e gentil. E o ICOS pode ajudar nisso”.

Retrospectiva 2023

Após as falas e análises, a CEO do ICOS, Denise Eloi, apresentou os destaques da atuação do ICOS em 2023, com especial menção a atuação conjunta das instituições associadas em temas como a Reforma Tributária,  ampliação do Complexo econômico-industrial da Saúde; fortalecimento das agências reguladoras e regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil. Também foram destacadas reuniões do Conselho Administrativo da instituição e os encontros que compuseram o Fórum Político Permanente da Saúde, que aconteceram em Brasília e São Paulo.

Eixos estruturantes para o plano de ação de 2024

Na sequência, foram revisados e aprovados os eixos estruturantes para a agenda estratégica do ICOS de 2024:

  • Sustentabilidade financeira e assistencial do setor da saúde (incorporação tecnológica e combate aos desperdícios do setor);
  • Reforma tributária e seus impactos na saúde;
  • Ampliação e fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde;
  • Intensificação da Integração público-privada (PPPs e PDPs);
  • Desenvolvimento de políticas públicas para a Inovação e a Saúde Digital (inclusive a regulamentação de IA no Brasil).

Para finalizar a ocasião, foram apresentadas algumas iniciativas em andamento, tais como a Frente de ação e criação de políticas e estratégias nacionais para a qualidade do cuidado, coordenada pelo IQG; a regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil; o Projeto ESG do ICOS, em parceria com a Johnson & Johnson e a Operação Sorriso, para pacientes com fissura labiopalatina e a criação do projeto Mulheres na Saúde, que será lançado em março de 2024.

Instituto Coalização Saúde realiza nova sessão do Fórum Político Permanente da Saúde

agosto 24, 2023

Etapa paulista da série de discussões – as anteriores foram realizadas em Brasília – aconteceu em 18 de agosto e reuniu autoridades e parlamentares do setor

Desde o final de 2022, época de transição do Governo Federal, o Instituto Coalizão Saúde, juntamente com seus associados, tem se organizado para apresentar novas propostas para o momento de retomada das articulações e construções de políticas públicas para o setor.

Assim nasceu a série de encontros e debates Fórum Político Permanente da Saúde. Com uma agenda centralizada em Brasília, no primeiro semestre, o fórum inaugura os trabalhos na segunda metade do ano a partir de São Paulo, com a realização de um almoço com lideranças e parlamentares do setor, acompanhado de falas e análises de especialistas.

O objetivo do Fórum Político Permanente da Saúde é reunir toda a cadeia produtiva do setor para discutir cenários e oportunidades para a melhoria da saúde no país.

Presidente do ICOS, Giovanni Guido Cerri iniciou as falas ressaltando que os eixos e propostas apresentadas em 2023 no Fórum Político Permanente da Saúde “avançaram bastante”. E citou dois exemplos: a saúde digital e o complexo econômico-industrial da saúde.

“A saúde digital foi abraçada pelo Governo do Estado de São Paulo como prioritária na área de saúde”, informou Cerri. “O Governo [do estado] quer investir R$ 400 milhões nesse programa para começar a implantar a saúde digital em todo o estado. O Governo Federal também tem investido muito em saúde digital, a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital surgiu de uma proposta nossa”.

Sobre o complexo, Cerri mencionou todo o trabalho que vem sendo feito para reativar os negócios dessa indústria. “Eu vejo um grande comprometimento tanto do Ministério do Comércio quanto do Ministério da Saúde, empenhados em fazer avançar o projeto da industrialização da saúde, da ampliação do nosso parque e principalmente na questão da inovação”.

Claudio Lottenberg, Presidente Institucional do ICOS, abordou a distância entre a proposta e a execução nos processos de construção de políticas e ações na saúde. “Desde o surgimento do Instituto Coalizão Saúde muito se avançou. Mas nós não acreditamos que a saúde no Brasil poderá avançar se não houver uma convergência entre o que ocorre no público e o que ocorre no privado. Porque de diferença o que existe é apenas a fonte de financiamento. E é isso que constitui uma cadeia produtiva”.

“Nosso objetivo hoje é que todos estejam a par [da agenda de propostas] e coloquem as suas considerações”, iniciou Claudia Cohn, Vice-presidente do ICOS. “Nós vamos chamar à participação algumas pessoas que estão, de forma prática, ajudando a construir as políticas e todo o trabalho junto a deputados, senadores, aos conselhos, porque é muito importante que eles atuem conosco, lá no Parlamento, no Senado, e dentro dessa visão política com a qual nós pensamos poder contribuir via Instituto Coalizão Saúde”.

Novas tecnologias e a saúde

Fabrício Campolina, Presidente da Johnson & Johnson MedTech Brasil, apresentou os temas mais candentes para o setor no que toca à incorporação de novas tecnologias. E destacou a importância de trazer a tecnologia para a saúde “de forma adequada”, com vistas ao aumento da produtividade.

“Estudos recentes realizados pela McKinsey & Company mostram que a tecnologia – em especial, a inteligência artificial –, se bem aplicada, pode gerar uma economia de até 10% em todos os gastos, ajudando a melhorar a questão da redução de desperdícios e a aumentar, de maneira mais ampla, a produtividade.

Fernando Silveira, Presidente-Executivo da Abimed, associada do ICOS, falou sobre reforma tributária, tema que está na pauta da indústria de serviços e equipamentos médicos. “Para o setor da saúde, nós trabalhamos no sentido de fazer com que, no texto da PAC [da reforma tributária], a saúde tivesse efetivamente a sua essencialidade reconhecida”.

A ampliação do complexo industrial da saúde foi o tema abordado por Ruy Baumer, Vice-presidente da Fiesp e Diretor Titular do ComSaúde. “Nós fizemos um enorme trabalho, preparando um projeto para voltar a ter no Brasil uma indústria da saúde como o país merece. No entanto, até o final do primeiro semestre, em termos de indústria da saúde, pouca coisa podemos dizer de concreto. Estamos agora reavaliando como serão as tratativas”.

Na esteira do cenário apresentado por Ruy Baumer, o ex-Governador do Rio Grande do Sul e atual Diretor Executivo da Anahp, Antônio Britto Filho, tratou da integração público-privada na saúde. “Teoricamente, o Governo [Federal] tem uma compreensão sobre a importância de ampliar a independência e a autonomia brasileira em produtos e serviços médicos. Teoricamente, existe uma compreensão de o sistema privado de saúde faz parte do sistema de saúde do Brasil. A questão é como a gente pode ajudar o Governo a objetivar”.

Ao atualizar os presentes acerca das ações da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde, o Deputado Federal Pedro Westphalen destacou que a própria Frente foi criada inspirada no modelo do ICOS. “’É daqui [do ICOS] que saem as grandes ideias, construídas por pessoas que conhecem a saúde”.

A saúde no Congresso Nacional

A segunda metade do evento abordou outros trabalhos encampados pelo ICOS. Como suas ações para contribuir com a regulamentação da inteligência artificial no Brasil, onde o ICOS participa como correalizador do estudo, juntamente com a FGV. O tópico foi apresentado por Walquíria Eloy Favero e por Alexandre Pacheco da Silva, ambos da FGV.

“Todos os sistemas de inteligência artificial na área da saúde são considerados com risco alto”, explicou Walquíria. “Ao considerarmos, de forma indistinta, os sistemas de inteligência artificial na saúde dessa forma, acarretamos para as organizações a responsabilidade civil objetiva, algo semelhante com o que tivemos na lei do consumidor. O que gera mais judicialização para o setor”.

Outra agenda apresentada foi uma parceria com a Johnson & Johnson na área do acesso à saúde. A Gerente Sênior de Acessos da empresa, Fernanda Oliveira, apresentou a proposta de frente de ação para criação de linha de cuidado da fissura labio-palatina no SUS, que permita que até 2027 todos os nascidos vivos portadores de fissuras possam ser diagnosticados no momento do parto e encaminhados para tratamento até os seis meses de idade. “O grande desafio é a coordenação do cuidado e do acesso. Quando a gente vai olhar o Data SUS, por exemplo, apenas 25% desses pacientes estão reportados”.

Dentro de uma agenda ESG ligada à saúde, a ex-Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Patrícia Ellen, sócia da Systemiq e da Aya Earth Partners, falou sobre o papel da saúde rumo a uma sociedade de baixo carbono. E citou o recente pacote econômico lançado pelos Estados Unidos e que tenta, justamente, equacionar inflação, gastos com saúde e crise climática. “Os EUA lançaram um pacote econômico de US$ 1.8 trilhões e a base desse debate começou na saúde”.

Destaque na defesa das pautas de saúde na Câmara dos Deputados, a Deputada Federal Adriana Ventura encerou as falas convidando a todos que levem um “outro olhar” para o Congresso Nacional. “Todas as agendas que foram apresentadas aqui – inteligência artificial, acesso a saúde, sustentabilidade – precisam estar lá dentro. As coisas lá têm acontecido de uma maneira difícil e muito afobada, então é importante que a gente comande o debate”.

ICOS dá sequência à série Diálogos Brasil – Reino Unido com fórum para troca de experiência entre os dois países

junho 2, 2023

Evento foi continuidade de uma parceria entre o Instituto Coalizão Saúde, com todas as suas instituições e empresas associadas, e o Governo Britânico 

Como acontece todos os anos, o Instituto Coalizão Saúde marcou presença no megaevento de saúde Hospitalar 2023 ocupando uma das salas de debate, no Mezanino do São Paulo Expo, para promover encontros entre os diferentes agentes da cadeia produtiva da saúde.

No último dia 25/05, o ICOS recebeu autoridades e especialistas nacionais e estrangeiros para o Fórum Internacional ICOS – Diálogos Brasil-Reino Unido, parte da série de discussões que acontecem em parceria com o Governo Britânico e abre espaços para troca de experiências em saúde entre os dois países.

Na pauta, casos de sucesso na ampliação de acesso ao cuidado, a  saúde digital e os desafios e oportunidades para o brasileiro SUS e o britânico NHS – que serviu de modelo para a criação do nosso sistema universal de atendimento.

A abertura dos painéis ficou a cargo do Presidente do Conselho do ICOS, Giovanni Guido Cerri; da Ministra Conselheira e Consul Geral adjunta do Consulado Britânico em São Paulo, Lisa Weedon; e do Deputado Federal Pedro Westphalen, Presidente da Frente Parlamentar Mista em Serviços de Saúde.

“A pandemia realmente impulsionou a tecnologia e conseguiu vencer as resistências que existiam em relação a saúde digital”, iniciou Cerri. “E nós percebemos que a conectividade é uma questão essencial em regiões remotas. E, no Brasil, as regiões remotas, de difícil acesso, se encontram até na periferia das grandes cidades”.

Em sua primeira vez na Hospitalar, Lisa Weedon salientou que estava impressionada com o tamanho do evento e destacou que a parceria entre o Brasil e o Reino Unido, para tratar de questões do setor saúde, não é nova. “Já foram muitos encontros e discussões acerca de como a saúde digital pode melhorar o acesso da população nos dois países”, lembrou. “Minha primeira vinda ao Brasil foi durante a pandemia e, embora tenha sido algo muito desafiador, foi incrível perceber quantas oportunidades havia, e há, de trabalharmos juntos, Reino Unido e Brasil”.

O Deputado Federal Pedro Westphalen iniciou sua fala salientando que se sente “convocado” a participar dos eventos do ICOS, dada a importância da instituição na articulação entre atores do setor. “O ICOS tem sido um instituto que, ao longo dos anos, se mostrou fundamental para aspectos da saúde brasileira, como o acesso do paciente, nunca esquecendo da qualidade; e a sustentabilidade, para a qual ICOS contribui com estudos, inovação e ciência”.

A inovação como resposta

Dividido em duas mesas redondas, o evento recebeu o primeiro time de especialistas para o painel Diálogos Brasil – Reino Unido em Saúde Digital: a inovação como alavanca para a sustentabilidade do setor.

Subiram ao palco o Diretor Executivo do InovaHC, Marco Bego; o COO Adjunto e Diretor de Operações Digitais e Inovação do Chelsea and Westminster Hospital NHS Foundation Trust, Bruno Botelho; e o Gerente Sênior de Contas Estratégicas (Reino Unido & Internacional) da LumiraDx, Neil Mackay. A moderação do debate foi de Giovanni Guido Cerri.

Bruno Botelho iniciou as discussões reafirmando que traria, em sua fala, algumas contribuições do modelo britânico de assistência, mas que também levaria muito consigo na volta ao Reino Unido, dada a “tantas experiências positivas” que viu aqui. A inovação no setor foi a tônica de sua fala.

“Acho que todos puderam perceber, durante a pandemia, o quão importante pode ser o digital”, afirmou, se referindo a como a tecnologia pode ajudar no controle ou prevenção das doenças crônicas mais comuns – aqui e lá fora –, como a diabetes e a hipertensão. “Ambas acabam sobrecarregando os hospitais e clínicas”

Representando a britânica LumiraDx, especializada em diagnósticos de ponto de atendimento para saúde comunitária, Neil Mackay abordou as saídas tecnológicas desenvolvidas pela empresa, como a criação de plataformas em diagnósticos no local de atendimento (conhecidas, em inglês, pela sigla POC – points of care), o uso de plataformas baseadas em nuvem (que integram redes de sistemas de saúde e transferem dados de pacientes) e o uso de dados para desenvolver planos de autocuidado.

 

Marco Bego explanou sobre o plano de saúde digital desenvolvido pelo InovaHC para o Hospital das Clínicas, em parceria com o Governo Birtânico e o Ministério da Saúde. “Fazendo o resumo de uma história bem longa, o que nós conseguimos com esse trabalho foi criarmos um framework de entrada de projetos de saúde digital no HC que nos dá um diferencial competitivo muito grande para produzir novos serviços digitais, que passam pela jornada do paciente, por protocolos, governança, sustentabilidade, medições e regulação”.

Exemplos de sucesso

Com moderação da Gerente Regional LATAC de Saúde e Ciências da Vida, Governo Britânico no Brasil, Juliana Caires, a segunda mesa apresentou o tema “Estratégias digitais em atenção primária no Brasil e no Reino Unido: cases de sucesso”, com a presença do Presidente Executivo do Conselho de Administração da DASA, Romeu Cortês Domingues; da CEO da Health Care First Partnership, Jyoti Mehan; do Chefe de Assuntos Internacionais e Diretor Assistente da Royal College of General Practitioners, Mark Baumfield; e do CEO e Sócio do Grupo Modality Partnership Vincent Sai.

Como representante do Royal College of General Practitioners, uma entidade que congrega mais de 50 mil médicos clínicos gerais no Reino Unido, Mark Baumfield discorreu sobre as questões-chave para o profissional de saúde, como a formação, o treinamento constante, a pesquisa e a criação de padrões clínicos. “O acesso à atenção primária em saúde é um direito humano fundamental. Por isso, nosso lema é ‘compaixão e conhecimento’”.

Jyoti Mehan, especialista em estratégias digitais na atenção primária, destacou os desafios enfrentados ao adotar tecnologias digitais. “A população está envelhecendo e apresentando um maior número de doenças crônicas. Além disso, há uma sobrecarga na força de trabalho, com profissionais deixando o setor devido ao esgotamento. Garantir a segurança e confiabilidade dos sistemas digitais também é uma preocupação constante”, afirmou.

Romeu Côrtes Domingues abordou dois pontos cruciais que merecem atenção: a interoperabilidade de dados, que permite o compartilhamento de informações entre diferentes sistemas e operadoras de saúde; e a conscientização da população acerca da importância da prevenção e do tratamento contínuo. “É fundamental combater a cultura de desconfiança e estabelecer um relacionamento sólido entre os profissionais de saúde e os pacientes”, disse.

A importância do trabalho com profissionais que acreditem na “cultura da atenção primária”, como colocou, foi o centro da fala de Vincent Sai, que acredita também no pleno entendimento dessa importância como força motriz para melhorar a experiência do paciente. “Existem oportunidades para uma maior sinergia dentro da assistência primária e entre os profissionais que buscam melhorar a qualidade dos cuidados”, avaliou. “No entanto, ainda é necessário encontrar soluções para o baixo número de profissionais dispostos a enfrentar esse desafio”.

Instituto Coalizão Saúde participa da Jornada Paulista de Radiologia 2023

maio 2, 2023

ICOS apresentou painel Reforma Tributária na Medicina Diagnóstica: Como sobreviver nesse novo cenário?

O Instituto Coalizão Saúde marcou presença na edição 2023 da Jornada Paulista de Radiologia com o painel “Reforma Tributária na Medicina Diagnóstica: Como sobreviver nesse novo cenário?”, reunindo o Presidente da Abimed, Fernando Silveira Filho; o Diretor da LCA Consultores, Gustavo Madi; o advogado Renato Nunes; e o Presidente da Abramge, Renato Casarotti. A moderação foi da Vice-presidente do ICOS, Claudia Cohn.

Fernando Silveira falou sobre o impacto da reforma tributária na indústria da saúde e sobre as discussões sobre o tema realizadas pelo Grupo de Trabalho na Reforma Tributária, sediado em Brasília.

Já Renato Casarotti abordou a preocupação do setor com respeito a esse impacto que, segundo ele, poderá ser sentido pelos beneficiários de planos de saúde, já que as operadoras apresentam um déficit operacional de quase 12 bilhões.

Confira imagens do evento.

 

Instituto Coalizão Saúde realiza, em parceria com o InovaHC, encontro com Secretário do Ministério da Saúde Carlos Gadelha

abril 18, 2023

 

Evento, com tema Complexo Econômico-Industrial da Saúde, teve coordenação do Presidente do ICOS, Giovanni Guido Cerri, e participação da Vice-presidente da instituição Claudia Cohn

O Instituto Coalizão Saúde realizou, em parceria com o InovaHC, o encontro Complexo Econômico-Industrial da Saúde, convidando o Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, para falar sobre os desafios e oportunidades do Complexo Econômico-Industrial da Saúde no Brasil, na perspectiva de um novo momento para as políticas públicas no setor.

Na ocasião, subiram também ao palco do auditório do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas FMUSP (InRad), na manhã do dia 13/04, o Presidente do ICOS, Giovanni Guido Cerri, a Vice-presidente da instituição, Claudia Cohn, e o Vice-presidente do InovaHC, Fábio Jatene.

A plateia foi composta por lideranças do setor saúde, como Fernando Silveira, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed) e Sérgio Rocha, Presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos (Abraidi) e representantes da academia. O evento fez parte da série Fórum Político Permanente da Saúde, promovida pelo ICOS.

Ação sistêmica integrada

O Secretário Carlos Gadelha iniciou sua fala destacando a atuação do Instituto Coalizão Saúde, seu caráter propositivo e sua contribuição em abrir espaços de diálogo para os diferentes agentes da cadeia produtiva do setor – sejam eles do Governo, da iniciativa privada ou da academia. “Eu acredito muito nessa ideia de coalizão para a saúde, que envolva o nosso SUS, o acesso universal, o direito à saúde e também a ciência, tecnologia e inovação no nosso país. Eu acho que isso é possível e vejo este evento nessa perspectiva”.

Gadelha também ressaltou que o Ministério da Saúde se coloca “de portas abertas” para o diálogo. “Para ouvir, aprender e divulgar ideias”, afirmou, para, em seguida, deixar um alerta: “Em saúde a gente precisa fazer hoje e de novo e de novo, senão falta acesso, a vida das pessoas passa a correr riscos, falta medicamentos. É preciso cuidar de quem cuida”.\

Em seguida, o Secretário abordou as consequências da percepção da saúde no contexto pós-pandêmico, ressaltando o “papel diferenciado” da saúde em toda história da economia brasileira, como um dos complexos econômicos capazes de “dinamizar e reconstruir a economia nacional pela via da inovação e do conhecimento”.

Isso, no entanto, exige, em sua análise, “uma profunda mudança na política pública, mediante uma ação sistêmica e integrada” para o Brasil ter uma base produtiva e de conhecimento de sustentação visando o bem-estar social. “Ou aproveitamos essa oportunidade de conciliar saúde, vida e economia ou talvez não teremos outra, dado o ritmo de inovação existente no setor”.

Carlos Gadelha destacou também os principais desafios para o desenvolvimento do complexo econômico-industrial da saúde a fim de reduzir a vulnerabilidade em saúde. Entre eles, colocar a saúde como prioridade da política de desenvolvimento sustentável, garantir estabilidade e transparência para o uso estratégico do poder de compra do Estado, estimular a produção local – “Em um modelo que favoreça a produção regional e a cooperação global”, avaliou – e fortalecer modelos de parceria entre o Estado e o Setor Privado, proposta defendida pelo ICOS desde seu surgimento –  saiba mais na publicação ICOS Propostas para a Saúde do Brasil 2023 – 2030.

“Além disso, é preciso apoio à produção local e à inovação, estabelecer uma regulação proativa para a produção e a inovação, constituir um ambiente institucional que garanta segurança jurídica para o investimento e instituir a sustentabilidade [do setor saúde] como fator decisivo para o estímulo à produção e inovação local”, concluiu.

Ao final da fala de Gadelha, o Presidente do ICOS Giovanni Guido Cerri reforçou tanto a importância da agenda de inovação na saúde quanto os desafios que ela apresenta. “Até pelas próprias complexidades que o país tem. Por isso é importante tratar do tema da recuperação do parque industrial na área da saúde”.

A Vice-presidente do ICOS, Claudia Cohn, ressaltou o quão fundamental é a clareza acerca dos próximos passos rumo um futuro mais sustentável e inovador para saúde. “Eu considero, inclusive, muito importante a cobertura desse evento [por parte da imprensa] para que ele saia dessa sala e chegue até a sociedade”, avaliou, também comentando que o acesso igualitário à saúde é consequência de “grandes mentes”, de setores diferentes. “E eu acho que a coalizão traz isso e traz também conhecimento”.

Antes da fase de perguntas por parte da plateia – em si, tão rica quanto a própria explanação dos convidados –, Fábio Jatene finalizou as apresentações deixando um ponto de reflexão para os presentes. “Eu sou um pouco pessimista. Não em relação ao que podemos fazer, mas em relação ao que já fizemos. Mas vou deixar um pouco meu pessimismo e o meu ceticismo de lado e partir daqui para a frente. Não tenho expectativa de que a gente consiga tirar o nosso atraso, que está ficando cada vez maior, mas tenho expectativa que a gente consiga avançar. E, progressivamente, talvez a gente consiga repor o tempo perdido”.

Presidente do ICOS, Giovanni Cerri, participa de evento sobre impacto da reforma tributária no setor saúde

abril 13, 2023

Evento foi realizado pelo jornal Folha de S.Paulo e pela Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed)

O Presidente do Instituto Coalizão Saúde, Giovanni Guido Cerri, marcou presença na edição de 3 de abril da série Seminários Folha, cujo tema foi Impactos da Reforma Tributária na Saúde.

O evento foi realizado no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, em parceira pelo jornal Folha de S.Paulo e pela Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed), associada do ICOS.

Na ocasião, estiveram presentes o Presidente Executivo da Abimed, Fernando Silveira Filho; o advogado tributarista Gustavo Brigagão; e o diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Rodrigo Octávio Orair.

A abertura dos trabalhos foi do Deputado Federal Reginaldo Lopes, coordenador do grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara dos Deputados de Minas Gerais

Confira a íntegra da fala de Giovanni Cerri

“A questão da reforma tributária é essencial para a saúde. Eu represento o Instituto Coalizão Saúde, um instituto propositivo e que reúne toda a cadeia da saúde – os hospitais, as seguradoras, as operadoras – e vejo que a reforma tributária representa uma preocupação que tem muito a ver com nossa tradição republicana de que, muitas vezes, o que está ruim pode ficar pior.

Mas devo dizer que muito me alegra que as propostas reconheçam a necessidade de um tratamento diferencial para a saúde, ou seja, a saúde é um setor estratégico. Nós passamos hoje no Brasil, na minha opinião, a maior crise do setor público [da saúde], que está extremamente comprimido e subfinanciado.

Nós temos, aqui no estado de São Paulo, 2 mil leitos públicos fechados, Há filas imensas, temos testemunhado retrocessos de quase 20 anos quando se fala, por exemplo, de quadros de câncer. Há 14 anos, apenas uma parte dos nossos doentes era diagnosticada em fases avançadas de doença, nós conseguimos melhorar isso durante uma década, mas regredimos aos índices anteriores.

A situação da saúde pública realmente é dramática e onerar mais essa cadeia será algo mortal para, por exemplo, as [instituições] filantrópicas, que já estão à beira do colapso. E é nesse momento que o setor privado sofre muitíssimo, vemos as operadoras registrando prejuízos imensos e os hospitais com uma enorme redução de margem de resultado, reduzindo o investimento.

Sem falar nos prestadores [de serviços em saúde]. Como médico nessa cadeia, vejo também esses profissionais comprimidos entre operadoras e hospitais. Nós reconhecemos, durante a pandemia, a importância da saúde, a importância que a saúde tem para o cidadão. Então, nós precisamos melhorar a oferta, melhorar a qualidade, melhorar o acesso, combatendo desigualdades, e certamente isso não resultará de um aumento de carga tributária.

Mas vejo com muito bons olhos a mensagem de que a saúde será tratada de forma diferenciada, como acontece na maior parte dos países desenvolvidos, onde a saúde tem a menor alíquota ou até uma isenção. Como médico, eu sei que medicina não é uma ciência exata, mas achei que a economia fosse (risos). Agora entendi que a economia também não é – ou, pelo menos, a reforma tributária é algo quase que aleatório.

Mas vale ressaltar que o sistema de saúde apoia, de forma unânime, uma reforma tributária. Nós precisamos simplificar a forma como essa tributação existe, e que afeta muito o setor saúde. Nós precisamos recuperar uma curva de crescimento e desenvolvimento. Então, entendemos essa importância, precisamos apenas que essa reforma não atinja negativamente um setor que é essencial para o cidadão”.