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O 1º Congresso Internacional de Gestão em Saúde ICOS – ABRAMED, realizado no dia 19 de novembro, em São Paulo, reuniu as principais lideranças da saúde no Hotel Renaissance para debater o desenvolvimento do setor.

 

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O vice-presidente do Icos, Giovanni Guido Cerri

Durante todo o dia, com um auditório repleto e atento, o que se viu nas diversas apresentações e painéis que se alternaram foi o comprometimento dos maiores players da saúde, mostrando que o setor vive um momento inédito de articulação, com o Instituto Coalizão Saúde integrando a cadeia produtiva para propor mudanças efetivas para melhorar o sistema de saúde do país.

 

imgl0236Claudia Cohn, presidente do Conselho da  Abramed

 

Em sua fala de abertura, Claudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, destacou a “qualidade indescritível” das lideranças que estavam presentes ao evento. Lembrou que a Abramed começou há cinco anos “unindo o setor diagnóstico” e ressaltando que o Congresso representava um “dia denso, um dia intenso e feliz”.  “Nunca a gente teve, [como agora] através do Instituto Coalizão Saúde, uma integração tão grande de todas as áreas do setor” .

Giovanni Guido Cerri, vice-presidente do ICOS, abriu os trabalhos destacando que o Instituto busca “unir forças dentro do setor para propor mudanças que possam melhorar o acesso e a qualidade da saúde oferecida à nossa população”. “O ano de 2016 foi muito importante, porque o setor se mostrou unido dentro do ICOS, mostrou força propositiva e mostrou acreditar em mudanças”, afirmou.

imgl9169Denise Eloi, diretora executiva do Icos, com participantes do Congresso

 

Presidente do ICOS, Claudio Lottenberg  ressaltou a importância do setor da saúde para a economia, “o que pode levar a importantes mudanças”. Lottenberg conduziu a mesa “Agendas Regulatórias: Impactos no Setor da Saúde”, que contou com as presenças de José Carlos Abrahão, diretor-presidente da ANS, e Jarbas Barbosa, diretor-presidente da ANVISA. Lottenberg falou sobre a necessidade de “aprofundar o papel das agências, que tem um papel de extrema valia na defesa de um mercado equilibrado e, sobretudo, na defesa dos interesses dos cidadãos”.

 

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Claudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, com participantes do Congresso

 

O painel “Concorrência e Consolidação de Mercado: Tendências Atuais” contou com a presença do americano Michael J Perry, que foi chefe do departamento jurídico do setor antitruste da Comissão de Comércio Federal dos EUA. Em sua palestra, ele ofereceu um panorama sobre a situação de competição coorporativa na área da saúde nos Estados Unidos, mostrando os elementos que são considerados nas avaliações dos órgãos oficiais sobre fusões e consolidações. Destacou a diferença de mercados e a importância das características específicas de cada região, de cada cidade ou país.

Perry afirmou que todos os argumentos devem ser considerados na decisão de permitir ou não determinadas consolidações, levando-se em consideração os interesses das companhias e dos consumidores e usuários. Ele destacou que apenas uma pequena porcentagem dos casos não são aprovados. Mediado por Esther Flesch, o painel contou ainda com a presença do procurador-chefe do CADE, Victor Santos Rufino. Ele apresentou casos de repercussão nacional e também revelou quais elementos são avaliados pelo órgão para que se julgue uma fusão.

O módulo “Relações de Trabalho no Setor de Saúde”, foi mediado por Claudia Cohn e contou com as participações de Lilian Lira, da Comissão de Estudos das Relações de Trabalho da OAB/SP, e Antônio Carlos Matteoni, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia. Eles abordaram os aspectos legais da contratação de Pessoas Jurídicas, seja para atividades fim ou não, e a importância da autonomia dos trabalhadores na decisão sobre que modo de relação de trabalho pretendem adotar para si.

 

imgl0083O jornalista Ricardo Boechat foi um dos mediadores das discussões sobre Gestão em Saúde

 

A segunda parte do Congresso ocorreu sob um fio condutor que orientou as quatro mesas: “Perspectivas Futuras da Saúde” para um horizonte de cinco anos. As mesas foram mediadas pelo jornalista Ricardo Boechat e contaram com a participação entusiasmada não apenas dos painelistas mas também do público.

A primeira delas foi sobre o Setor Hospitalar, com as presenças de Claudio Lottenberg, Paulo Chapchap, Francisco Balestrin e Denise Soares dos Santos. Eles responderam sobre a sustentabilidade dos hospitais diante de um cenário de baixo crescimento econômico e alta judicialização da saúde.

Apesar de reconhecerem as dificuldades, foram apontados caminhos importantes para o setor, inclusive a articulação dos diversos players, como se tem observado ao redor do ICOS.  “[O setor da saúde] não vinha fazendo grande coisa no sentido prático. Mas no momento atual nós estamos acordando. A presença nossa dentro do [Instituto] Coalizão Saúde já é o primeiro sinal disso”, afirmou Lottenberg.

 

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A mesa seguinte tratou do “Setor Diagnóstico” e foi formada por Giovanni Cerri, Fernando Terni,  Lidia Abdalla, Pedro Bueno e Carlos Marinelli. O enorme avanço das tecnologias diagnósticas foram abordadas, mas também se discutiu bastante a importância e o uso mais adequado destes avanços para a população em geral.

O equilíbrio entre custos, avanços tecnológicos e precisão diagnóstica foi bastante abordado. “A tecnologia diagnóstica sem dúvida contribuiu muito nas últimas décadas para que o homem viva mais e melhor. Mas tem uma inteligência humana por trás desses equipamentos. É ela quem vão definir o melhor exame ou a melhor solução para cada paciente”, afirmou Cerri.

A mesa sobre a “Indústria da Saúde” contou com um dos debates mais acalorados do dia, com a participação de Marcio Coelho, Armando Lopes, Daurio Speranzini, Carlos Alberto Goulart e Antonio Britto. Foi abordada a necessidade de articulação do setor produtivo da saúde para que, em vez de cada uma das partes envolvidas buscar melhorias pontuais, apenas para um determinado setor, busque-se uma maior integração para a proposição de medidas conjuntas, o que tende a fortalecer todo o sistema. A necessidade de uma atuação política unificada também foi bastante enfatizada, com o objetivo de desenvolver o setor e melhorar o atendimento da população.

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Por fim, o painel “Seguradoras/Operadoras”contou com André Coutinho, José Cechin e Sergio Ricardo Santos. Eles enfrentaram temas importantes, como a perda de cerca de dois milhões de usuários nos últimos anos e a necessidade de equalizar um sistema tão complexo em um país com tantas desigualdades. Mas ficou clara a fundamental importância do Sistema de Saúde Suplementar para a saúde da população, sendo responsável por cerca de 48 milhões de vidas. E que apoiar medidas que garantam mais segurança jurídica é benéfico para todos. A necessidade de incentivar o crescimento econômico do país também ficou patente.

Ao final do dia, ainda com o auditório cheio e com a certeza de que muito se produziu de conteúdo com os debates em altíssimo nível, Claudia Cohn e Giovanni Guido Cerri retornaram ao palco para agradecer a presença de todos os participantes e do público. “[O Congresso] foi o primeiro, com muitos temas para serem discutidos, todo mundo querendo trazer [sua participação]. Um aprendizado para todos nós. O ano que vem será ainda melhor”, concluiu a presidente do Conselho da Abramed. “Quero agradecer a presença de todos. Foi um dia muito denso, em que todos aprendemos muito. Parabéns e obrigado a todos”, finalizou Cerri.