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Com coordenação do Vice-presidente da instituição, Giovanni Guido Cerri, painel aconteceu na Sala Comunidade, com tema “A tecnologia como alavanca na qualificação de redes assistenciais”

O Instituto Coalizão Saúde participou da Hospitalar 2021, realizada de forma online, ocupando a Sala Comunidade com o debate A tecnologia como alavanca na qualificação de redes assistenciais”.

Participaram do evento online Fabricio Campolina, Healthcare Transformation Officer da J&JMD; Eduardo Maia, Diretor de Inovação da Amil; e Anderson Mendes, Presidente da UNIDAS Autogestão em Saúde. A coordenação foi de Giovanni Guido Cerri, Vice-presidente do ICOS e Presidente do Conselho do InovaHC, e de Denise Eloi, CEO do Instituto Coalizão Saúde.

Em formato totalmente interativo, o painel inovou ao oferecer a abertura de câmera e microfone para todos os internautas que quisessem fazer suas perguntas e observações, lado a lado com os convidados no “palco digital”.

Denise Eloi introduziu o tema, explicando o grande objetivo da discussão: “Encarar com mais coragem a fragmentação do sistema de saúde e priorizar a qualificação das redes assistenciais, tendo a tecnologia como grande alavanca de transformação”

A palavra foi então passada a Giovanni Guido Cerri, que abriu os trabalhos e também ressaltou a pertinência do debate. “É um tema muito importante. Se nós tivéssemos transparência de dados no nosso sistema de saúde, se os pacientes, grandes interessados, tivessem acesso às informações, nós teríamos uma melhora na qualidade dos serviços oferecidos. E a tecnologia é fundamental nesse processo”.

Em suas reflexões iniciais, Fabricio Campolina trouxe uma visão mais ampla sobre a rede assistencial que, em sua visão, hoje também acontece virtualmente por meio dos programas de telemedicina e de monitoramento remoto, dentro da casa dos próprios pacientes. “Quando a gente fala de tecnologia é preciso também sempre associá-la à inovação”, avaliou. “Para tratar o problema de uma forma mais impactante”.

Eduardo Maia pegou o gancho da inovação e acrescentou o aspecto desafiador de mudar a cultura das empresas com relação a essa nova forma de conduzir processos diários – sobretudo, no que toca a consolidação e uso de dados. “Essas novas ferramentas são muito importantes para que se possa prototipar novas soluções. Não existirá soluções totalmente prontas ou redes perfeitamente estruturadas”

Para Anderson Mendes, é preciso atentar para o fato de que já há soluções em tecnologia prontas para uso. “Nós não precisamos de grandes invenções”, afirmou. “O que a gente precisa é colocar em prática o que já temos. Haja visto as fintechs e o quanto elas já evoluíram. Então por que não fazemos isso em saúde?”, perguntou já dando uma pista da resposta. “Nós temos um mindset de saúde de 20 anos atrás”.

Inovação, capacitação e liderança 

Após as apresentações, teve início a interação dos internautas com os painelistas. A primeira pergunta da audiência disse respeito à necessidade de termos mais indicadores em saúde, ao lado de um salto em capacitação de profissionais, principalmente diante do uso de novas ferramentas trazidas pela tecnologia.

“O grande desafio é como incorporar a tecnologia em nossas organizações”, respondeu Campolina. “E isso passa pelo tema da capacitação e pela definição de indicadores realmente relevantes”, concluiu, acrescentando ao tema o conceito de verticalização virtual em saúde. “Ou seja, levar à integração sem necessariamente ter um ecossistema fechado. Mas para isso é preciso alinhar os incentivos – e os modelos de pagamento baseados em valor conseguem cumprir bem esse papel”.

Outro ponto levantado pelos internautas foi a formação das lideranças do futuro. Como utilizar a tecnologia como uma ferramenta poderosa para escalar conhecimento e aprendizado sem perder de vista os valores humanos?

Anderson Mendes respondeu ao tópico apontando para outra grande tendência no mundo digital: o compartilhamento. “A gente precisa compartilhar. Precisamos entender que temos muito mais a somar, fazendo juntos, do que cada um achar sua solução individualmente. Então, o começo é compartilhar estratégias”.

Como parte da rodada de perguntas, Denise Eloi direcionou a Giovanni Cerri uma questão sobre as janelas de interlocução entre setor público e privado no que toca às transformações de cenário movidas pelas novas tecnologias.

“O InovaHC foi concebido como um campo de inovação aberta para integrar o setor público ao setor privado”, respondeu Cerri. “Com isso, ele fornece um grande laboratório de saúde para testar as startups – de fora e de dentro do Núcleo de Empreendedores da Faculdade de Medicina da USP. Além disso, nós nos conectamos também com os investidores. A ideia é poder, junto com a área privada, criar iniciativas que melhorem o acesso e a qualidade da saúde do cidadão, tanto no setor público como no privado”.