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Realizado pela HospitalMed, em parceria com o Instituto Coalizão Saúde, o evento 100% online HospitalMed Digital apresentou ao mercado, nos dias 27 e 28 de outubro, uma revolução tecnológica já em curso na área da saúde – e que promete ainda mais avanços no futuro pós-pandemia.

O evento aconteceu no mesmo tom das discussões que propôs: inovador e com um pé no amanhã. Expositores da HospitalMed 2021 participaram da 1ª Feira de Negócios Virtual do setor de saúde, com o objetivo de apresentar suas soluções para os compradores do Brasil.

Fez parte da programação também o 3º Fórum de Líderes, com a curadoria do Instituto Coalizão Saúde, mais de 6 horas de conteúdo exclusivo e mais de 15 palestrantes especialistas de todo o país, com especial destaque para a participação de lideranças das regiões Norte e Nordeste.

O quarto painel do evento tratou do tema A Inteligência Artificial – O que, como e quando aplicar nos serviços de saúde?, e reuniu o Vice-presidente do ICOS, Giovanni Cerri; o Diretor da Siemens Healthineers Brazil, Armando Lopes; e o Diretor da Johnson & Johnson Medical, Fabrício Campolina.

A apresentação dos trabalhos foi do Presidente da HospitalMed, Rodrigo da Fonte, e da CEO do ICOS, Denise Eloi.

Cooperação da sociedade e empresas

“A Inteligência Artificial se transforma num instrumento muito adequado para a área de saúde, útil para o médico e importante para o paciente”, iniciou Giovanni Cerri em sua apresentação, elencando algumas das competências desse advento. Entre elas, modelos de previsão clínica, alertas precoces, gestão de agendas e filas, análise de imagens e exames. “E muitas outras aplicações que estão em aberto e vão se desenvolver ao longo dos próximos anos”, comentou.

Após as considerações iniciais dos participantes, teve início um debate sobre o tema, que teve a colaboração de Paulo Coelho Vieira, CEO da multinacional de tecnologia Arrowplan e que levantou a questão da democratização trazida pelos avanços tecnológicos versus a experiência adquirida com a pandemia de covid-19. Quais foram os principais aprendizados?

“Diante do desastre sanitário que o mundo viveu acho que devemos todos deixar um legado”, respondeu Cerri. “Nós conseguimos levantar uma plataforma de Inteligência Artificial para analisar as tomografias de pacientes com covid-19 em 30 dias, graças a uma enorme colaboração da sociedade e das empresas. Todos aderiram ao projeto, houve um enorme desejo de ajudar”

O Vice-Presidente do ICOS também ressaltou a importância de que todo o aprendizado adquirido por ponta da pandemia sirva para acelerar a introdução da tecnologia na saúde – como, por exemplo, a telessaúde. “Ela inclui o monitoramento de pacientes a distância, nós levantamos uma plataforma de tele UTI, fazendo com a UTI do Hospital das Clínicas pudesse ajudar a monitorar outras UTIs.

Inteligência Artificial e saúde

Armando Lopes deu sequência às colocações comentando como a Inteligência Artificial e a humanização na saúde podem andar de mãos dadas. “Com a Inteligência Artificial nós estamos liberando tempo para que as pessoas possam se dedicar a esse lado mais humano dos atendimentos”, ponderou, contando a experiência de uma parceria entre a Siemens Healthineers Brazil e Hospital Sírio Libanês com o que chamou de “achados incidentais”. “Ou seja, nosso algoritmo lê um laudo e detecta nódulos pulmonares. Já foram 150 mil imagens lidas desde que começou o projeto, em 30 mil delas havia nódulo; destes, 2 mil pessoas não estavam fazendo acompanhamento”.

Denise Eloi trouxe uma pergunta de um internauta acerca do envelhecimento da população versus o avanço da tecnologia, e como a Inteligência Artificial pode melhorar os resultados dessa equação. Fabrício Campolina se encarregou da resposta, trazendo dados do Instituto Coalizão Saúde, que referenciam órgãos como o DATASUS, departamento de informática do Sistema Único de Saúde; e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 19% da população brasileira terá mais de 60 anos até 2030.

“A parcela da população com mais de 60 anos tem um custo médio hospitalar de R$ 1.182, de acordo com dados de 2010, em contraponto à metade desse valor, no caso da população mais jovem”, prosseguiu Campolina, alertando para a importância de que todos os agentes do setor tenham ciência “da pressão por demanda que esse envelhecimento proporciona”.

“É aí que eu acredito que a transformação digital, e em particular a Inteligência Artificial, pode mudar esse quadro para o futuro. E de várias formas, a começar pela desospitalização dos cuidados de saúde. É preciso alavancar essas tecnologias para conseguir proporcionar os cuidados de saúde onde ele for entregar o maior valor. E usar esses avanços para fazer a promoção da saúde”.