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Evento foi realizado pelo ComSaúde-Fiesp, em parceria com o ICOS e o CBEXs

O Espaço Nobre da Sede da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo ficou lotado, no último dia 10/03, para ouvir a Ministra da Saúde, Dra. Nísia Trindade, tratar do tema “Desafios do SUS e Perspectivas para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde”, em encontro realizado pela Fiesp e Ciesp – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Coalizão Saúde e o Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs).

Compuseram a mesa o Presidente do Instituto Coalizão Saúde (ICOS), Giovanni Guido Cerri; o Presidente do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SINDHOSP), Francisco Balestrin; o Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), Franco Pallamolla; e o Secretário Executivo Adjunto de Saúde, Sérgio Okane, representando o Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Eleuses Paiva.

A Ministra estava acompanhada do Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação em Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha; e da Secretária de Informação e Saúde Digital da pasta, Ana Estela Haddad.

Os trabalhos foram conduzidos pelo Vice-presidente da Fiesp e Diretor Titular do ComSaúde, Ruy Baumer.

Confira abaixo a íntegra do encontro.

Um novo momento

Ruy Baumer iniciou destacando que o setor representado pela Fiesp é “garantia de funcionamento e suporte ao SUS a qualquer tempo”. “O fortalecimento e o aperfeiçoamento do SUS proporcionam também o crescimento de todo o mercado de saúde”, salientou.

A sustentabilidade financeira e assistencial do setor, os impactos da reforma tributária na saúde, o fortalecimento da gestão técnica das agências reguladoras, a ampliação do complexo industrial da saúde, a intensificação da integração público-privada e o desenvolvimento de políticas públicas para inovação e saúde digital foram os pontos centrais levantados por Giovanni Cerri e que devem merecer atenção por parte do Governo Federal – em particular, do Ministério da Saúde. As abordagens aparecem na publicação ICOS Propostas para a Saúde do Brasil 2023 – 2030, lançada no final de 2022 e entregue a Ministra – acesse e/ou baixe gratuitamente o material aqui.

Francisco Balestrin chamou atenção para o período atravessado pelo país em que “não sabíamos o que era saúde”, sem deixar de colocar o CBEXs à disposição do Ministério da Saúde no que chamou de um novo momento para o Brasil e para a saúde.

70% de produção nacional

Dra. Nísia Trindade iniciou sua fala manifestando esperança na construção do que chamou de “uma agenda para o Brasil”, com colaboração a partir das questões da saúde. Para isso, ressaltou o compromisso do Governo Federal com a sustentabilidade do SUS, questão levantada por Giovanni Cerri, a fim de que as ações tenham impacto na redução das desigualdades do país e com um “olhar especial” para a camada mais socialmente vulnerável da população, a “que mais sofre dificuldades de acesso à saúde”, pontuou.

Considerado um aspecto central, a Ministra ressaltou o papel coordenador do Ministério da Saúde que, segundo informou, tem exercitado essa reconstrução junto a várias instituições e em diferentes dimensões, entre elas as que se dão no âmbito da Pactuação Interfederativa. “O Brasil é um país muito diverso, por isso pensar em todas essas dimensões é fundamental, assim como reestabelecer a confiança nas ações”.

A outra questão relativa ao papel coordenador do Ministério da Saúde, e trazida pela titular da pasta, toca no próprio tema do encontro: Complexo Econômico e Industrial da Saúde. “Isso significa integrar as dimensões da política de ciência, tecnologia e inovação com a política industrial”, analisou.

“Chegar aos 70% de produção nacional, nossa meta, é algo que consideramos exequível, mas que naturalmente envolve o papel de vários atores do Governo, da sociedade civil. Isso não é um percentual mágico. Vemos como algo factível desde que haja políticas que não devem ser apenas do Ministério da Saúde, conforme temos estabelecido com o Vice-presidente [da República] e Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Dr. Geraldo Alckmin, com o BNDES e também com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e Ministério da Educação.

Recuperar o tempo perdido

No momento das considerações finais dos integrantes da mesa, o primeiro a ter a palavra foi Sérgio Okane, que ressaltou a importância do diagnóstico feito pela Ministra e sua equipe, e colocou o poder realizador do estado de São Paulo à serviço do Ministério da Saúde. “É isso que o estado [de São Paulo] pode oferecer: universidades e todo o complexo industrial para nos atender, agentes que nos ajudaram muito durante a pandemia”.

Por fim, Franco Pallamolla retrocedeu no tempo para comparar avanços obtidos e que, em sua fala, hoje precisam ser retomados. Entre eles, a realização, em 2002, de um seminário que abordou, já naquela época, as dificuldades da indústria de dispositivos médicos e a possibilidade de ela ser uma das alavancas de desenvolvimento econômico e social. Pallamolla avançou no tempo e lembrou também de outro evento da Fiesp, em 2007, e que tratou de questões que impactavam no movimento desse setor. Entre 2011 e 2014, segundo Pallamolla, o setor acelerou na implementação efetiva de políticas que equacionavam indústria e saúde. “E hoje temos novamente uma situação em que precisamos recuperar o tempo perdido”.